A luta que deixaste
Ainda continua,
E a victória que idealizaste
Permanece crua!...
Não sei se'rá certa,
Está confus'as coisas,
As condições de vid'aperta,
O povo até gostaria ter asas!...
Parece que'm dirige não os guarda,
Os passos que são dados a frente,
Também são dados a retaguarda,
Como se não fossem inteligente!...
No andar da caminhada,
Muitas políticas falharam,
Por isso, hoje, os camaradas
Não garantem o que prometeram!...
Acho que tem que se voltar
Ao ponto de partida,
Para a Nação reiniciar
E deixar de andar despida!...
Até o estudar, estranhamente,
Já não produz revolucionários,
Desviam os alunos, mentalmente,
Com trovas dos seus hinários!...
As mães negras
Deixaram as tranças
Ficaram com tod'as regras
Em suas cabeças!...
Deixaram as vestes de panos,
Perderam a dignidade
Dos povos africanos,
Agora andam na espontaneidade!...
Querem parecer outra coisa,
Já não transmitem esperanças
Infelizmente, ficaram nessa,
Na vida de intemperanças!...
A culpa é dos de bolsas vazias,
Que vieram a enchê-las
Com coisas sujas...
Demonstrando as intenções estranhas!
Estamos num'angola querida,
Independente, mas que não é o país
Que um dia sonhaste, não tenho dúvida.
Ah, se pudesses reencarnar-se num ais!...
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