Novo acordo ortográfico
Parece mentira mas é verdade! O novo acordo ortográfico está a me confundir muito… Primeiro, é que o meu país não ratificou tal acordo, depois, infelizmente, é que estamos envolvidos num mundo em que as duas versões de escrita, por força maior dos manuais, comungam o mesmo momento, dificultando assim a nossa capacidade de manter ou sermos coerente no modo de escrever antigo. Vezes há, que durante uma redação fico minutos a discutir, comigo mesmo, se escrevi correctamente ou não um determinado termo.
O muito que eu tinha em mente, em termos de certeza de escrita, está diminuindo! Em casa, tenho muitos livros e neles há termos que num escreve-se duma forma e no outro doutra, por quê isso? E agora, qual deles vou fixar? Se não estou em erro, o primeiro está certo em função da etimologia da palavra (latim) e o novo, dizem, por causa da pronúncia! Afinal, aprende-se a falar a palavra ou o som? Antigamente, na escola ensinaram-nos a escrita das palavras e os fonemas das mesmas, e, eu penso ser normal ter aprendido, por exemplo, que ao pronunciar o termo Baptista o “p” não soa. E isso não pode ser motivo de eu escrever “Batista” em vez de Baptista! Esse é apenas um exemplo de tantas outras palavras que mudaram de escrita, e que você (caro leitor) bem domina. Afinal, tal como aprendemos na disciplina de Língua Portuguesa, também aprendemos em Língua Estrangeira, Inglês por exemplo, a escrita e pronúncia duma determinada palavra. E numa redação, escrevemos a palavra tal como nos ensinaram a escrever e não como nos ensinar a pronunciar, não é?
Na verdade, estou muito chateado com essa situação que me leva a desaprender em termos de escrita correcta das palavras. Sabiam que, nesse momento que escrevo esse texto, tenho a sensação de que alguns termos ou palavras usadas aqui, escrevi na forma nova e outros na forma antiga? Ou não?! Será que não misturei mesmo? Por favor, ajudam-me a saber se misturei ou não as duas formas, pois já não estou em condições de distinguir, estou confuso! (rs)
​Se eu pudesse escolher, ficaria com a forma antiga (baptismo, correcção, actividade, factor, Egipto, … etc.) porque tinha aprendido bem. E, se Angola manter a firmeza de não ratificar esse acordo, nesse momento, terá que lutar muito, porque no mercado de livro temos muitos manuais vindos do Brasil para não falar de tantos sites brasileiros na internet. De contrário, haverá muitos conflitos entre professores e alunos, professores e professores, alunos e alunos, etc.
Mwéene Ndaka
Enviado por Mwéene Ndaka em 15/07/2013