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Mwéene-Ndaka
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Rendimento Escolar Abaixo da Média
De quem é a culpa?
É do professor? É dos alunos? É dos encarregados de educação? É da comunidade? Ou é do Governo?
Bem, a primeira análise parece ser do professor. Será?
A verdade é que o nosso ensino, ou seja, o processo de ensino - aprendizagem é feito com muitos problemas, mas problemas sérios! (refiro-me pelo menos no meu município).
Para começar:
-  nas primeiras semana de aula os alunos não aparecem à Escola!
- faltam frequentemente e, não se preocupam em procurar um colega para passar a matéria.
- quando assistem as aulas preocupam-se apenas em passar a matéria, quero dizer, em escrever ou copiar sem sequer analisar o conteúdo.
- nas aulas o professor faz algumas perguntas e os alunos não respondem.  
- no fim da aula o professor procura saber se há alguma dúvida mas os alunos não respondem e se responderem é não.
- os alunos não se preocupam com a pontualidade, atrasam constantemente.  
- os alunos não fazem as tarefas para casa que o professor manda.
Esta é uma série de questões que reparei aos alunos do ensino de adulto, embora haja entre eles alguns bons.
Quanto aos encarregados de educação, não existem! Porque, pelo menos na escola ou na comunidade em que lecciono, quem faz as matrículas, quem justifica as faltas, quem vê a pauta, … etc., são os próprios alunos. E até, se calhar muitos pais não sabem quem são os professores de seus educandos, que classe os seus filhos estão a fazer, quem é o director da escola, etc.
Mas também vejo a culpa nos professores que perderam o valor de mandar chamar os encarregados de educação sempre que os alunos cometem ou mesmo sempre que for necessário. “Cada um é cada um, Deus para todos”. É graça que a Direcção da escola convoca os pais no princípio do ano lectivo para tratarem de algumas questões.
E, actualmente, vejo que a moda é a escola lamentar dificuldades financeiras, para depois concluírem numa contribuição monetária periódica para a escola. Já que alegam falta de recursos para a manutenção da própria escola. Bom motivo mas a solução não é boa. O pior de tudo é que o não cumprimento deste acordo escola – encarregados, a sanção recai para os educandos que serão expulsos das aulas, que verão os seus direitos violados.              
Mas, de contribuição na minha escola não é tudo. A escola não tem iluminação suficiente para os alunos estudarem, pois a energia no nosso município é muito fraca e com muita alternancia. Assunto que motivou a escola a exigir dos alunos uma quantia monetária para adquirirem um gerador para o ensino noturno. Conseguido o gerador, as contibuições naqueles alunos (nocturnos) não pararam, aumentaram, tornando-se constante, para alimentar o mesmo gerador de combustível, até quando tiverem de mudar de escola ou desistir.
É triste! Na última reunião em que participei como encarregado de educação aumentou-se, lamentávelmente, mais uma contribuição, para o pagamento do pessoal eventual que a escola contratou (guardas e empregadas de limpeza), alegando um número insuficiente de operários não qualificados.
Aos professores, aconselho a serem mais sérios, terem a noção de que quando se faz uma avaliação da turma é normal houver positivas e negativas. Na minha escola há professor que quando vejam que a turma saiu-se mal na sua prova, quer dizer, quando há muita negativa na disciplina a qual lecciona, repetem a prova. Não concordo! se o aluno tiver 0, 5, 9 ou 20 valores deve manter! porquê repitir? Será que a matéria avaliada não foi dada à turma? Se não, não devia avaliar! Ou afinal é um jogo de sorte ou azar? Portanto, se quizermos ajudar os nossos alunos, podemos submeté-los à outra prova, mas é para depois achar a Média Aritmética das notas. E, não eliminarmos a nota baixa para considerarmos a maior nota. Assim, conheceremos o verdadeiro rendimento dos alunos e da turma.
Para continuar:
Os alunos na sua maioria não trabalham, são membros de famílias com poucos rendimentos, se estudam é por grandes sacrifícios, acredito. Então é normal o aluno não possuir algum valor para contribuir. Anormal é ruar o aluno das aulas por isso e, até é pecado. Como é que amanhã esse aluno terá um bom redimento? Se não assiste ou não termina todas as aulas, para não falar de prova.
Portanto, são muitos os factores que contribuem para o rendimento baixo, principalmente a falta de sequencia regular das aulas, porque nem sempre temos ou iluminação boa, ou combustível para o gerador.
Esta é uma reflexão que faço, tanto como professor, como encarregado de educação, como membro da comunidade ao ensino nocturno que não se difere muito do ensino regular. Experiência vista e consentida na escola 59-Bibala depois da 54 - Lucira. E espero que seja motivo para melhoria do nosso ensino-aprendizagem.
Antes de terminar gostaria de aconselhar que:
1. os alunos não deve pagar pelas falhas administrativas.
2. Os professores não devem ser avaliados só por baixo rendimento de seus alunos.
3. As escolas devem colaborar com as igrejas, com as famílias e outras organizações sociais para boa educação dos alunos.
4. As famílias devem interessar-se mais na aprendizagem dos seus educandos colaborando com os professores.      
5. Os professores devem ser mais sérios no seu trabalho.
Resposta: a culpa é colectiva, falta de empenho de todos. Os professores têm pouco amor à profissão e alguns sem requisitos e dom; os alunos têm pouco interesse ao ensino, querem ser formados sem esforço; a comunidade não quer saber de nada; o governo não está preocupado com as condições práticas e actuais.


13 de Setembro de 2010
(Prof. Cabinda, pelo ensino e qualidade)
Mwéene Ndaka
Enviado por Mwéene Ndaka em 06/12/2010
Alterado em 07/11/2021
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