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Mwéene-Ndaka
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Início das Aulas
Segunda-feira, 31 de Maio de 2010, esta era a data no meu PC quando apontei o cursor do mouse na hora (17:26´´), momento em que me recordei que terminaram as férias e que tinha de ir trabalhar.
Preparei-me, arrumei o material na pasta e pus-me a caminho da escola. Admiração, é o que aparecia no rosto das pessoas que me viam caminhando, como quem diz: é destacado, hoje primeiro dia já está a ir trabalhar? Mas, felizmente não me incomodei, até porque não lhes prestava atenção e compreendia os sentimentos deles. Era o mito de aos primeiros dias não se estudar e que infelizmente ainda rola na mente das pessoas.
Continuei com o meu caminho, pois, dominava bem esse tipo de comportamento vindo dos alunos. De repente alguém me ultrapassa saudando-me:
- ‘’chefe’’ Cabinda, p’ra onde? Era um colega também professor, embora de outra escola.
- Para escola. Respondi-lhe.
- Não faz isso! Hoje é feriado. Replicou o homem.
Como ele estava em andamento numa motorizada, rebocando uma senhora, não liguei, prossegui até uma outra voz à retaguarda perguntava:  
- As aulas já começaram?      
- Epa! Segundo o calendário, já. Respondi aos senhores. Eram dois técnicos da Administração local e, um deles desempenhava as funções de chefe de secção.
- Chega lá então, disse o chefe, sorrindo ambos.
Lá fui andando até quando um terceiro ignorante chamava-me:
- Professor, Professor! Hoje não haverá aula, o professor não vai encontrar alunos. Sorrimos.
- Vou chegar só lá e se não encontrar alguém, eu volto. Era eu respondendo ao meu amigo e ex-aluno António.
Foi a terceira tentação que não me convenceu a regressar. Assim, continuei o meu trajecto e sempre a atrair os olhares admirados das pessoas que me conheciam.
Quando me aproximava da escola, precisamente a 50m juntou-se a mim uma colega, a professora Manuela e, com ela continuamos até a escola. E não entramos porque o portão estava fechado, o ambiente era triste, sem alunos, sem professor, nem os membros de direcção para não falar do guarda que também não se encontrava lá. Comentamos:
- É sempre assim aos primeiros dias, não se estuda! Disse a professora.
- Eh, até parece que é tradição, e como se não bastasse amanhã é feriado, quarta-feira vão aparecer Sete, Oito alunos, quinta-feira Dez, sexta-feira Doze, com isso, só p’ra semana é que vai se trabalhar efectivamente. Caso sério! Acrescentei.
Assim, retomamos os nossos caminhos de regresso à casa, como dois caçadores que voltam da caça sem sequer um animal.
Durante a caminhada matutava perguntando a mim mesmo: mas porquê que isso acontece? Onde estará o problema? Nos encarregados de educação? Nos alunos? Nos professores? Ou no Sistema?  
Mwéene Ndaka
Enviado por Mwéene Ndaka em 05/08/2010
Alterado em 23/03/2011
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